Um é pouco?

"Mas professora, de que adianta eu querer fazer o bem sozinho? Se tem 5 pessoas fazendo o bem, tem 5 mil fazendo o mal!
E muitas coisas a gente faz e, enquanto isso, tem pessoas que abusam do poder, a polícia trata negro como se fosse bandido, espanca, pessoas são presas inocentemente... Pessoas que tem poder acima da gente..."
.
(Apesar de já ter pensado sobre isso, fiquei sem saber o que responder...)
Disse: 
- Waldemir, infelizmente tem muita coisa que não temos o controle... pessoas abusam do poder sim Emoticon frown
Mas isso não impede que a gente faça o bem, em pequenas coisas...
E imagine que cada um de nós nessa sala mora em lugares distantes (fui dando um país pra cada um.. "Eu quero morar na França!", "Eu na Angola"...) ... e cada um pensa "ah, não vou fazer nada porque estou sozinho". 
Mas veja bem, você não está sozinho.
Alguém no mundo também quer o bem.
.
- Hmm.. verdade, professora. Mas o problema também é que cada um pensa de uma maneira, cada um quer uma coisa.
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(Fiquei sem saber o que responder, mais uma vez...
Afinal, cada um tem sua verdade...)
- Realmente, é uma questão difícil. Afinal, cada um acredita em alguma coisa diferente, cada um tem a sua verdade. Não temos uma verdade absoluta, mas se lá no fundo de você mesmo você acha que aquilo é certo, leve adiante. Pensando sempre que não está prejudicando ninguém.
.
E você pode não resolver os problemas do mundo, mas um pouquinho que você faz, já é alguma coisa.
Por exemplo: você acha que ajudar uma pessoa é pouco ou é muito? É uma vida significante ou insignificante? 
Acha que é insignificante?
- Não..
- Então. Ajudar uma pessoa já é coisa pra caramba Emoticon smile 
- E sobre você achar que uma pessoa só é pouco, que você está sozinho, que tem pouca gente fazendo o bem, é porque a TV não divulga. Mas que você sozinho é pouco, tem um menino que, pequenino, com 6 anos, resolveu que ia levar água pro pessoal na África.
- Sério?
- Pois é. 


***********
E nesse dia, esse aluno me ensinou mais do que eu poderia ter para ensinar...
Me fez lembrar que eu posso ter esperanças, que não precisamos resolver os problemas do mundo: que podemos ajudar perto da gente.
E na verdade, me fez falar pra ele o que eu precisava falar para mim mesmo - mais uma vez.
Sem desculpas! Sem desculpa de que somos pouco, que somos pequenos, que somos poucos.

Verdade absoluta

Nada do que digo é verdade absoluta.
Aliás, nada do que digo é verdade.
Mas também não é mentira.
É fato de que são fatos. Fatos que se passam na minha mente.
E muito do que já pensei, não penso mais.
E fica o registro: assim eu vejo o que penso, o que não penso mais e o que eu posso voltar a pensar.

Palavras

As palavras são uma bela invenção.
Mesmo não conseguindo traduzir toda a amplitude dos sentimentos que temos e de tudo que somos, as palavras tentam falar de nós e nos aproximam uns aos outros... assim como a música, a arte, o abraço.

Por que censura?

Eu censurava o que "eu própria" escrevia e que apenas eu mesma lia.
E por que "censurar-me a mim mesma?"
E por que, também, censurar-me aos outros?

De mim

O melhor de mim talvez nunca vejam.
O pior de mim, talvez também não.

Por onde passei, deixei rastros.
Os que passaram por mim, deixaram rastros em mim.
E hoje sou um pouco de mim e um pouco de cada um, de todos.
Um pouco de mim e um pouco do mundo.

Um pouco de nada e um pouco de tudo.

Faz parte de mim todos os encontros e desencontros, os olhares e sorrisos trocados...
Faz parte tudo que ouvi, que vi, dancei, toquei, cantei... (*tudo que comi - hahahahahah)


Faz parte do que sou tudo e todos.
E eu faço parte do mundo. E o mundo, de mim.

Questão de sobrevivência

Manter-se vivo.

Acho que ser humano (em geral) não desenvolveu instintos para sobreviver na selva de pedra ainda.
É questão de sobrevivência não ser sufocado, engolido.
Os perigos são camuflados e silenciosos.
É difícil saber até mesmo do que fugir, do que correr, de onde vem o perigo.
Estímulos confusos, informações confusas. É difícil interpretá-las.
Parecemos estar mais perdidos do que nunca.

[Cantadas bizarras e etc...]

#1
 Época de Orkut, um colega de colégio me adiciona e envia a seguinte mensagem "Livia, você está linda com esses lábios de morango".


#2
 Eu estava passando por um prédio, em plena Avenida movimentada. Ouço do interfone do prédio: "Oi, coisa linda". Foi bem estranho.


#3
 Esperando ônibus, quase meia noite, chega um desses malabaristas que param no sinal.
 - Oi. Posso ficar com você? (assim, na lata)
 - Er... não, desculpe.
 - Ah, só porque eu sou feio né...
 - Nem te conheço. E aliás as pessoas são mais do que beleza física. Tem o caráter da pessoa, se ela é bacana, se tem uma conversa legal, etc.
(etc etc etc)
 - Poxa... É mesmo né? Você é muito legal, valeu! (e foi embora, pensativo, hahaha)
(Super resumido, porque a conversa durou uns 10 minutos)

#4
 Estava chegando em casa e encontro com um músico vizinho. Ofereço para ajudar a carregar as coisas. Ele diz que não precisa, agradece. Eu digo "ah, porque eu mexo com música, sei o quanto dá trabalho carregar coisas". Pra que?!... Já era. Aí ele:
"É mesmo? Poxa, tô precisando de um percussionista para me acompanhar, você não quer não?"
- Mas eu não toco percussão
- Não tem problema, eu te ensino! Eu ensino um monte de gente...
- Não, é que eu não tenho tempo também. Mas conheço uma percussionista muito boa
- Não, mas eu quero você (SOCORRO!)
- Desculpe, não vai dar mesmo. Mas se quiser eu te indico.
- Me dá seu telefone então para entrar em contato. Você mora em qual apartamento?
(até dei o telefone, por ser contato de musica -pfff- e qualquer coisa era só eu não atender. mas por sorte ele não ligou. Mas bateu no meu apartamento, não atendi, hahaha)


#5
 Fui fazer um curso em outra cidade. Para chegar no local do curso, saindo da rodoviária, o taxi era meio caro. Resolvi pegar "moto-taxi" mesmo - apesar do aviso do ex namorado ("é perigoso") e do meu medo de andar de moto com os outros.
Beleza.
Subi na moto.

- Oi. Você vai pra onde? Você é muito bonita.
- Er... que nada... hehehe.. Vou para "tal lugar" (subo na moto)

- Nossa, vou tirar onda andando com você. Os caras vão ficar com inveja, hahaha... (começa a buzinar para as pessoas na rua). Pode segurar em mim. Pode segurar aqui assim ó (bota a mão no peito), Ih, nossa senhora!

Aí ele buzina novamente para uns conhecidos na rua. "Tô tirando onda com você. Mas você é uma pessoa legal. Não é igual aquelas ali não ó (aponta para 2 loiras bem vestidas, maquiadas). Você é diferente"
bla bla bla bla bla bla...
(chegando no lugar:)
"Ó, me liga pra te buscar na volta heim"


#6
 Esperando ônibus, dei uma informação a um rapaz que perguntou se o ônibus X tinha passado. Aí um senhor que estava sentado perto, levantou e veio falar comigo.
- Oi. Tudo bem? Eu vim pra rua porque em casa é muito solitário
- É né.. na rua você distrai um pouco.
- Solidão doi (disse olhando no meu rosto, na minhas pernas e meu rosto novamente)...
- (...)
- Você está esperando ônibus para onde?
- Bairro "tal"
- Você quer fazer um lanche?
- Er, não obrigada... Estou esperando meu ônibus, quero chegar em casa.
- Você é muito simpática... (pega minha mão e beija. Faço uma cara desconfortável).
Ele ENFIM vai embora.


#7
Entrei no ônibus e cumprimentei o motorista, como sempre.
Passei pela roleta e cumprimentei o trocador: "Boa tarde"
Ele: "Boa tarde, meu sabonete"
(...)


#8
Não foi uma cantada direta, mas foi estranho.

Fui a uma formatura de uma amiga e na mesa, chegou um garçom (parecido com o Bira do Jô Soares, mais velho) que ofereceu bebida as pessoas da mesa.
Eu não quis e ele olhou um tempo para mim e disse: "Você quer uma água?"
Eu: Não, obrigada
Ele ficou uns segundos olhando pra mim com um sorriso de leve.
(*Medo*)
Ele voltou com uma garrafinha de água pra mim. Acabei aceitando.

Depois ele volta novamente e oferece a bandeja para mim. SÓ para mim (sendo que havia outras pessoas na mesa). E novamente, ficou uns segundos olhando.


#9
Uma vez um trocador ficou olhando tanto pros meus olhos que eu achei que tava com remela.
Fui conferir, claro


#10
"Oi Mary Jane" (?)

#11
"Quer casar comigo?" disse um bêbado na feira de domingo, de manhã.

Eu desejo...

Minha sobrinha bate na porta do meu quarto:
Eu: Quem é?
Ela: Sou eu, tia.
Eu: Pode entrar! (abri a porta). O que você deseja?
Ela: Eu desejo entrar.

"Nem morri"

Minha sobrinha de 4 anos, bebendo água, engasgou de leve e tossiu um pouco.
Eu: Você tá bem?
Ela: Sim. Nem morri.